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Justiça torna prefeito de Alto Alegre inelegível por compra de votos em eleição suplementar

Wagner Nunes, candidado a prefeito de Alto Alegre na eleição suplementar de 2024 Caíque Rodrigues/g1 RR A Justiça Eleitoral de Roraima tornou o prefeito de ...

Justiça torna prefeito de Alto Alegre inelegível por compra de votos em eleição suplementar
Justiça torna prefeito de Alto Alegre inelegível por compra de votos em eleição suplementar (Foto: Reprodução)

Wagner Nunes, candidado a prefeito de Alto Alegre na eleição suplementar de 2024 Caíque Rodrigues/g1 RR A Justiça Eleitoral de Roraima tornou o prefeito de Alto Alegre, Wagner Nunes (Republicanos), inelegível por oito anos por compra de votos nas eleição suplementar de 2024 no município. A decisão é dessa quinta-feira (18). A sentença foi assinada pela juíza eleitoral Sissi Marlene Dietrich Schwantes, da 3ª Zona Eleitoral, e julgou parcialmente procedente a ação movida pelo MDB, contra o prefeito e o vice à época, Max Queiroz Silva. Além da inelegibilidade, foi aplicada uma multa de R$ 53,2 mil e a anulação dos votos recebidos. A magistrada também decidiu pela cassação, mas considerou a medida sem efeito prático tendo em vista que os mandatos suplementares de prefeito e vice-prefeito se encerraram em 2025. O g1 procurou Wagner, mas ele não respondeu até a última atualização da reportagem. A decisão ainda cabe recurso ao Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). 🗳️ Após concluir o mandato suplementar, Wagner foi reeleito agora com um mandato efetivo nas eleições municipais de 2024 com 6.983 votos (61,79 %). A decisão não o afasta da função atual. A sentença citou ainda o "uso indevido da máquina pública estadual", com envio de servidores de diversos órgãos do Governo de Roraima para atuar em Alto Alegre durante o período eleitoral. Servidores foram enviados ao município durante o horário de expediente, com pagamento de diárias, em ações consideradas de nítido caráter eleitoreiro, de acordo com a decisão. Entre os órgãos citados estão: Secretaria de Saúde (Sesau); Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima); Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater), Departamento de Trânsito de Roraima (Detran); Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh); Polícia Militar (PM). 👉 A eleição suplementar no município ocorreu após o então prefeito Pedro Henrique Machado e a vice dele serem cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por compra de votos. Nesse contexto, Wagner, que é engenheiro civil, foi eleito prefeito de Alto Alegre com 4.702, 53,60% dos votos. 👉 Durante a campanha, Wagner Nunes teve como principais apoiadores o governador de Roraima Antonio Denarium (PP), e os senadores Mecias de Jesus (Republicanos) e Hiran Gonçalves (PP). LEIA MAIS: Engenheiro Wagner Nunes é eleito prefeito de Alto Alegre, interior de Roraima Wagner Nunes, do Republicanos, é reeleito prefeito de Alto Alegre, em Roraima Compra 'massiva' de votos e uso da máquina pública Na decisão, a magistrada afirma que ficou comprovada a existência de uma “verdadeira engrenagem destinada à massiva compra de votos”, com atuação organizada de coordenadores de campanha, uso de dinheiro em espécie e até fornecimento de combustível como forma de aliciamento de eleitores. Segundo a sentença, eleitores eram obrigados a enviar foto do título eleitoral, com zona e seção de votação, como condição para receber o pagamento, o que, de acordo com a juíza, funcionava como um instrumento de pressão para garantir o cumprimento do voto prometido. A magistrada também destacou que a prática ocorreu mesmo com a presença reforçada da Polícia Federal no município, que atuou com força-tarefa durante o período eleitoral e realizou prisões em flagrante por corrupção eleitoral. “Instalou-se nessa cidade verdadeira orquestra destinada à captação ilícita de votos, com objetivos bem delineados e metas a serem cumpridas”, diz trecho da sentença. A Justiça também analisou a tentativa de inauguração do ginásio poliesportivo de Alto Alegre em período vedado, já com o processo eleitoral suplementar em curso. Para a magistrada, o ato teve caráter eleitoreiro e contribuiu para a configuração do abuso de poder político. Por outro lado, a juíza afastou irregularidades em eventos ocorridos antes da definição oficial do calendário eleitoral suplementar, como uma visita a uma obra em comunidade indígena no mês de fevereiro de 2024. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.